De acordo com uma entrevista com Shimura, que faleceu em 1982, uma combinação de enjoo e exaustão pelo calor quase nocauteou boa parte do elenco e da equipe durante as filmagens. “Toba sai uma hora e meia todos os dias”, explicou. “Um navio da guarda costeira está nos transportando, então o movimento não é tão ruim quanto em um navio de pesca, mas ainda assim, quando chegamos a Ijika, quatro ou cinco atores ou atrizes estão caídos por causa do enjoo e do calor.” É um problema irônico, visto que, na tela, Godzilla usa um raio de calor como sua arma característica. O estresse não parou por aí, no entanto. “Depois, do porto ao topo da montanha, uma colina muito íngreme, leva mais uma hora”, explicou Shimura.
No local das filmagens, o elenco e a equipe técnica descobriram que não tinham sombra. “Quando chegamos ao topo, não há sombra alguma lá. Então, quando chegamos lá, filmar não é nem uma preocupação”, disse Shimura uma vez (por LIFE). “Estamos mais preocupados em como evitar adoecer por causa do calor.” O clássico filme de kaiju não é o primeiro nem o último filme filmado sob calor extremo. Mas embora produções modernas como “The Witcher” e “Dune: Part Two” pudessem utilizar coisas como bebidas intensivas em eletrólitos e guarda-chuvas e coberturas de sombra com absorção de FPS, a tecnologia necessária para manter as pessoas seguras no calor provavelmente não existia por um tempo nas filmagens de produção nos anos 50. Na verdade, a LIFE observa que o diretor Honda acabou com bolhas e queimaduras por passar tanto tempo sob o sol escaldante.