James Gunn fez a coisa mais surpreendente que poderia ter feito: ele não matou nenhum dos legados dos Guardiões da Galáxia. Houve alguns pontos ao longo do filme em que parecia que ele faria exatamente isso. Rocket passa 2/3 do filme às portas da morte, e lembra daquele momento em que Drax leva um tiro naquela estranha estação orgânica? “Aqui vamos nós”, pensei. Mas não. Nem mesmo quando Star-Lord erra o salto no final e seu corpo fica todo inchado e congelado, Gunn segue a saída óbvia.
Não, o período final da trilogia de Gunn não é trágico, mas sim esperançoso, construído sobre a forte fundação familiar que Gunn vem reunindo para três filmes. E isso é chocante em uma época em que estamos condicionados a aceitar apenas a finalidade em nossa mídia por meio da morte, e mesmo assim começamos a tentar descobrir como essas histórias com cronogramas multiversos podem trazer a dita pessoa morta de volta à vida.
Qual é o melhor final para Drax? Aquele em que ele se sacrifica para se juntar à família perdida na vida após a morte ou aquele em que percebe que sua verdadeira vocação é como pai, não destruidor? Definitivamente o último e descobri que minhas maiores lágrimas foram vê-lo aceitar isso e dançar com aquelas crianças órfãs que precisam dele.
Quando os Guardiões se separam no final do filme, não é uma separação dolorosa e forçada. É algo que só poderia acontecer com pessoas que sabem que têm uma família amorosa e solidária que pode lidar com eles indo para explorar a si mesmos de outras maneiras.