“Recentemente, há momentos em que o medo surge do nada e meu coração parece que parou”, Joel diz a Tommy, com os olhos cheios de lágrimas, quando ele finalmente tem a chance de falar a sós com seu irmão. “Eu tenho sonhos. Todas as noites.”

Quando Tommy pergunta sobre o que são os sonhos, Joel admite que não sabe. “Não consigo me lembrar”, diz Joel. “Só sei que quando acordo perdi alguma coisa. Não estou conseguindo dormir.” A troca pode ser curta, mas para o reticente e traumatizado Joel, é uma enorme demonstração de vulnerabilidade – que reformula todo o seu personagem. E, aparentemente, parte disso veio do próprio Pascal. “Esse foi obviamente um monólogo difícil de escrever, mas o [lines]’Eu tenho sonhos… Tudo que sei é que quando acordo, sei que perdi alguma coisa'”, parafraseia Mazin, “Isso foi algo vindo diretamente de Pedro.”

Ao ouvir o podcast, fica claro que cada palavra do roteiro, especialmente neste episódio repleto de personagens, funciona para aprofundar nossa compreensão do abismo entre quem são esses personagens, quem eles gostariam de ser e quem eles se apresentam como sendo. Joel se apresenta como um sobrevivente sensato, com poucos apegos, mas deseja ser um pai que possa proteger sua filha dos perigos do mundo. Essas imagens contrastantes levam à versão mais verdadeira de Joel, que se apresenta quando ele está com Tommy, admitindo que se sente um fracasso no fundo.

“Essa noção de que quando você acorda tem a sensação de que perdeu algo é tão linda e tão confessional”, diz Mazin. Druckmann observa que o jogo apresenta uma sequência de ação após a qual Tommy percebe o quanto Joel se importa com Ellie, mas na série eles fizeram Joel se abrir. “Isso não é algo que vimos de Joel no jogo”, diz Mazin. “Isso é diferente. Isso é mais triste, eu acho. Está um pouco mais destruído e um pouco mais perturbador.”