“Backspot” navega em uma linha tênue entre o tradicional drama adolescente e um enredo centrado em adultos, o que é exatamente onde Riley se encontra. Quando ela e sua namorada Amanda compartilham a tela fora da quadra, a história lembra algo como se “Driblando o Destino” fosse estranhamente canônico. A sempre maravilhosa Shannyn Sossamon é uma ótima adição como a mãe convencional de Riley, mas, no estilo típico de filmes adolescentes, não dedicamos tanto tempo a ela quanto alguns espectadores gostariam. Isso acontece porque o foco não está em quem está ao redor de Riley, mas sim em Riley mesma, e a maneira como Waterson mostra seu mundo interior é uma das partes mais fortes do filme.
Há uma energia frenética e intensa nos movimentos da câmera durante as exigências físicas das líderes de torcida, mas isso é comum em um mundo pós-‘A Prova’. Waterson adota uma abordagem semelhante em relação às emoções de Riley, retratando a felicidade romântica e turbulenta quando Riley e Amanda têm momentos íntimos. Ou ainda a representação ansiosa e invasiva de sua tricotilomania, mostrando obsessivamente a ação de mexer nos pelos da sobrancelha em close-ups extremos. Essa abordagem elegante entrelaça a aparência externa de Riley com seus sentimentos verdadeiros, num comentário fascinante sobre como estamos sempre, sempre, cuidando do rosto que permitimos que o mundo veja. Estamos constantemente representando na competição da vida e raramente deixando alguém saber o quão difícil pode ser sobreviver.
Waterson escolhe não esconder as poças de suor ou as imperfeições escondidas sob os desgastados clichês de determinação e ambição, enquanto o roteiro aborda uma série de temas históricos raramente explorados. Riley e Amanda formam um casal gay birracial, onde nenhuma das mulheres é branca. Riley encontra um modelo queer em Eileen, que é uma intensa confusão de ser humano. O pai de Riley pode ou não ser emocionalmente abusivo, mas Riley não tem tempo para realmente explorar isso, pois tem treinos para cumprir.