Na cena excluída, Deckard visita Holden no hospital enquanto ele se recupera dos ferimentos à bala. Holden aqui já viu dias melhores; ele está feliz por estar vivo, mas desapontado consigo mesmo por deixar um replicante tirar o melhor dele. Seu principal objetivo na cena, porém, é alertar Deckard sobre o que o espera. “É uma destruição. Eles estão quase nós, Deck. Eles são uma doença”, diz ele.
É uma troca interessante que estabelece o quão perigosa a nova missão de Deckard está prestes a ser, mas também estabelece uma das questões temáticas centrais do filme: Deve os replicantes serão exterminados como uma doença? O fato de eles terem se tornado tão indistinguíveis dos humanos é assustador para todos os personagens humanos, mas será essa a reação correta? À medida que o filme avança e Deckard dá motivos para duvidar de seu próprio status como humano, ficamos nos perguntando se talvez esses replicantes mereçam viver tanto tempo quanto um ser humano normal seria permitido.
O outro benefício da cena é que permitiria que Holden deixasse uma impressão um pouco mais no público antes de deixar o filme para sempre. A cena excluída o deixa em uma posição profundamente solidária, com sua saúde seriamente prejudicada e ele desenvolvendo rapidamente o que parece ser um perigoso vício em morfina.
Serve como outro lembrete de que a vida de Deckard é provavelmente insustentável. Deckard precisa mudar seu ramo de trabalho, ou pelo menos sua visão da vida, se quiser ser feliz.